Durante os 12 anos em que governou o Vaticano, o papa Francisco se destacou na defesa das minorias e na luta contra o racismo, servindo como inspiração para muitos jovens que não desistiram de lutar por seus direitos. Ele abordou o racismo como um vírus que se transforma e se esconde, mas que está sempre à espreita. Essa mensagem foi divulgada em 2020, em suas redes sociais, no Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. Na ocasião, Francisco alertou sobre o preconceito manifestado em formas de nacionalismo fechado e violento, desprezo e maus tratos.
Ele enfatizou que maltratar refugiados, pessoas LGBT e pessoas negras ofende a Jesus Cristo, sublinhando a necessidade de um compromisso social contra a discriminação. Seguindo essa doutrina, Frei Davi, fundador da ONG Educafro, tem trabalhado para promover a inclusão da população negra e de baixa renda no ensino superior, oferecendo bolsas de estudo e apoio educacional. Já foram mais de 60 mil pessoas beneficiadas pela instituição.
Ele conta que em um encontro com representantes de universidades, o papa Francisco conclamou as instituições católicas a acabar com o racismo e implementar processos de inclusão de negros em suas vagas. A coragem de Francisco em se dirigir a reitores influentes sobre a necessidade de inclusão é um exemplo raro.
Seu legado impactou até mesmo pessoas como o quilombola Aguinaldo, da comunidade de Calunga, em Goiás, que retornou a frequentar a Igreja Católica. Ele espera que o próximo papa continue essa iniciativa vital de combate ao racismo e que tenha a mesma coragem para romper barreiras.
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