Foi durante a adolescência que Jorge Ferreira foi aliciado pela primeira vez para o trabalho análogo à escravidão. Hoje, décadas depois, ele relembra o início de um ciclo de exploração. Segundo o coordenador da Articulação dos Empregados Rurais do Estado de Minas Gerais (ADERE-MG), ele ou cerca de dois meses roçando pasto, trabalhando de domingo a domingo, do amanhecer até o início da noite, sem descanso e longe da família.
Paulo Eduardo também foi vítima. Ele atuava em uma empreiteira em São Paulo quando enfrentou condições precárias. De acordo com ele e com Ednar Lana, o alojamento e a alimentação eram fornecidos pela empresa, mas havia cobrança pelas refeições. Nos finais de semana, os trabalhadores ficavam sem café da manhã, almoço e janta, mesmo continuando à disposição da empreiteira.
Neste 13 de maio, em Brasília, solenidades marcaram os 30 anos do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, do Ministério do Trabalho e Emprego. Criado em 1995, o grupo atua no combate ao trabalho em condições degradantes e já libertou mais de 35 mil trabalhadores. Só no ano ado, foram mais de dois mil resgates em mais de mil ações fiscais.
Durante sessão especial no plenário do Senado, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, reforçou a importância de combater as novas formas de escravização. O evento destacou o papel fundamental da fiscalização para erradicar o trabalho escravo contemporâneo no Brasil.
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