A educação a distância, que amplia o o da população ao conhecimento, chegou para ficar. Para garantir a qualidade da modalidade de ensino, novas regras foram criadas neste mês de maio. Muito além do ensino remoto emergencial que o mundo conheceu durante a pandemia, as orientações vão no sentido de assegurar uma formação profissional ampla e de qualidade.
Adriana está para apresentar o trabalho de conclusão do curso de Ciências Biológicas. Ela cursou todo o ensino superior em universidade pública e a distância.
“Essa graduação chegou para mim num momento muito difícil da minha vida. Eu tinha um filho pequeno, foi em 2018, naquele período de crise financeira. Depois que eu peguei o gostinho de estudar, e a educação a distância me favoreceu muito nesse sentido, eu falei que não quero mais parar de estudar”, conta Adriana Santos, graduanda em Ciências Biológicas
Adriana foi aluna no Cederj, um consórcio de universidades públicas do Rio de Janeiro que oferece cursos de graduação e pós-graduação a distância. Pensar ensino e aprendizagem nesse formato não é simplesmente gravar e disponibilizar o que acontece em sala de aula.
“Tem todo um planejamento pedagógico que precisa acontecer para o aluno, de forma autônoma, conseguir desenvolver o processo de ensino e aprendizagem. E, somado a isso, ele tem o e, precisa ter o e por trás. Apesar de ele estar sozinho, não pode estar sozinho o tempo todo”, explica Marianna Bernstein, diretora do Cederj.
O governo federal definiu neste mês de maio uma nova política de educação a distância com o intuito de garantir a qualidade do ensino. Segundo as novas orientações, cada disciplina, por exemplo, deve ter, pelo menos, uma avaliação presencial. O mediador pedagógico deve ter formação acadêmica compatível com o curso. Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia só podem ser ensinados no formato presencial.
Já para a educação básica, ensino fundamental e médio, a Lei de Diretrizes e Bases permite a educação a distância em situações específicas, como em caso de emergência ou para complementar o ensino presencial.
A pandemia de Covid-19 exigiu a implementação de um modelo circunstancial de educação a distância, com mediação remota e híbrida. A alfabetização foi uma das fases do aprendizado mais afetadas.
O percentual de alunos do segundo ano do ensino fundamental que não sabiam ler palavras isoladas subiu de 15% no Censo Escolar de 2019 para 34% nas avaliações realizadas pelo MEC em 2022.
“Muitos professores não tinham um smartphone com o qual pudessem dar as suas aulas, né? E os alunos, por sua vez, muitos alunos, muitas alunas, também não tinham como fazer esse tipo de acompanhamento”, relembra Thiago Esteves, professor de Sociologia do DECET-RJ e UFJF, especialista em políticas públicas de educação
“É investimento a longo prazo. Não tem como dizer que é uma coisa estanque. A educação precisa desse movimento”, afirma Marianna.
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