Até 2060, o consumo de plástico no mundo deve ultraar 1,2 bilhão de toneladas por ano. E, no Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado hoje, a ONU tenta mobilizar os países para combater o uso e descarte indiscriminado desse material.
Já se perguntou para onde vai aquela embalagem ou sacola plástica depois que você a utilizou e jogou fora? Algumas am pelo importante trabalho de cooperativas de reciclagem, mas a maioria não. Desde que o plástico começou a ser usado em larga escala, na década de 1950, 91% de tudo o que foi produzido no mundo não foi reciclado.
O biólogo Alexander Turra explica que o plástico é um material incrivelmente interessante para a sociedade, mas que, quando vai parar no lugar errado, acaba causando problemas dos mais variados. E é o que tem acontecido. Por conta de várias questões, como a quantidade muito grande que é produzida e os processos que levam à perda desse produto, no uso ou pós-uso, inclusive na destinação final.
Esse material, que leva séculos para se decompor, pode parar em locais inimagináveis, em pedacinhos tão pequenos que podem se alojar no cérebro humano e até no leite materno. Até 2060, o consumo de plástico deve ultraar 1,2 bilhão de toneladas por ano. Anualmente, 13 milhões de toneladas devem ficar acumuladas no solo, e 11 milhões, despejadas nos ecossistemas aquáticos. As estimativas indicam que, até 2050, haverá mais plástico do que peixes nos oceanos — um futuro que o projeto Marulho tenta evitar, realizando um trabalho junto a comunidades de Ilha Grande, no Rio de Janeiro, na recuperação de redes de pesca descartadas.
A oceanógrafa Samara Oliveira, que é gestora de marketing e relacionamento da Marulho, destaca que, de 2020 para cá, já foram oito toneladas de rede de pesca interceptadas, mais de 50 mil produtos elaborados e vendidos, gerando uma renda de mais de 500 mil reais para as comunidades dos caiçaras que trabalham junto conosco.
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou para a necessidade de um novo tratado global para acabar com a poluição plástica — um acordo mais ambicioso e justo entre os países.
Alexander Turra destaca que, para isso, é preciso que o setor — especialmente o setor plástico — entenda o momento como uma grande oportunidade de reverter a situação a seu favor, no sentido de ser protagonista nessa transição. Não para um mundo sem plástico, porque isso não é interessante, mas para um mundo com o plástico no seu lugar — que não é no mar, não é no rio, não é no ambiente.
Nós já temos inovações, inclusive no Brasil, de produção de plástico a partir de matriz vegetal. E isso faz com que, ao produzir plástico, não se pressione ainda mais as mudanças do clima, o efeito estufa e tudo de ruim que isso acaba causando para a humanidade.
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