O mundo lembra, neste dia 27, os 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia ocupada pela Alemanha nazista de Adolf Hitler. Em meio ao ressurgimento do extremismo e do nacionalismo em todo o mundo, a data busca educar sobre os crimes do ado para prevenir que sejam repetidos no futuro.
Clara Ant é filha de um casal de judeus poloneses que fugiu do nazismo, ando por vários países, até chegar ao Brasil. Ela nasceu em 1948, na Bolívia, após o período sombrio, mas cresceu ouvindo as histórias do nazismo, como o extermínio de 41 membros da família do pai. Apesar de todas as perdas, ela acredita que há luz pela frente.
“Essas são as sombras, sombras na família, pessoas que desapareceram, que ninguém nunca soube o que aconteceu com elas, a tristeza de ver alguém ser levado na tua frente. As luzes, porque também no meio disso, por incrível que pareça, tinha gente solidária, gente que ajudou, gente que escondeu algumas pessoas, conseguiu salvar pessoas, né?”, relembra Clara Ant, arquiteta, filha de sobreviventes do nazismo
O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, lembrado hoje, foi criado pela ONU em 2005. A data faz referência à liberação, pelas tropas soviéticas, do campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, em 1945. Foi o fim do Holocausto, a manifestação mais conhecida do antissemitismo que consiste em preconceito ou ódio contra judeus, o que é considerado crime no Brasil.
Grupos de sobreviventes e representantes de vários países visitaram hoje o campo para prestar homenagens aos mortos. Entre 1941 e 1945, a Alemanha e seus colaboradores assam cerca de seis milhões de judeus na Europa ocupada. Margot Friedlaender, de 103 anos, sobrevivente do Holocausto, disse que o importante é garantir que não volte a acontecer.
"Sejam humanos, respeitem as pessoas independentemente de religião ou cor de pele. Eu sempre digo que não há sangue cristão, nem muçulmano, nem judeu. Só há sangue humano. Somos todos iguais”, pede Margot Friedlaender.
“A gente está vendo que a democracia, infelizmente, não tem sido um remédio suficiente contra as atitudes extremistas. Foram judeus, foram os homossexuais, foram os comunistas soviéticos. Amanhã podem ser, sei lá, mulheres negras, por exemplo, ou, sabe, nordestinos ou paulistas. Quer dizer, pode ser qualquer coisa, porque às vezes é aleatório para criar uma unidade do grupo contra um inimigo estabelecido qualquer”, reforça Jaime Pinsky, historiador.
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