Três anos depois, o Ministério Público Federal ofereceu hoje denúncia à Justiça contra o apontado como mandante dos assassinatos do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira.
Eles foram encontrados mortos no dia 15 de junho, no Vale do Javari, na Amazônia, depois de 10 dias desaparecidos.
Um crime brutal que matou o autor, mas não a obra — e muito menos o legado deixado para a humanidade. Três anos após os assassinatos, está sendo lançado hoje, na Inglaterra, o livro Como Salvar a Amazônia. Dom Phillips já havia escrito alguns capítulos antes de viajar à região. Seu objetivo era entender os desafios enfrentados pelas populações locais para sobreviver diante das ameaças do garimpo, das pressões do agronegócio e da crise climática. O livro foi concluído postumamente, com o apoio de amigos e parceiros.
Como detalha o jornalista Jonathan Watts:
“Sim, esse livro tem capítulos sobre problemas de dinheiro, os problemas econômicos, os problemas políticos, os problemas de cultura. E muita gente está envolvida nesse projeto. Amigos do Dom, outros jornalistas… mais de 30 pessoas participaram desse livro. E também mais de 500 pessoas doaram dinheiro para tornar o projeto possível.”
Bruno e Dom foram emboscados enquanto viajavam de barco pelo Vale do Javari, região que abriga a maior concentração de povos isolados do planeta. As investigações já chegaram aos mandantes e aos executores do crime.
Hoje, o Ministério Público Federal apresentou denúncia contra o apontado como mandante do crime: Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como "Colômbia". Segundo as investigações, os assassinatos foram motivados pela atuação do indigenista Bruno Pereira na defesa da preservação ambiental e dos povos indígenas. O MPF já havia denunciado os executores. Ao todo, nove acusados aguardam julgamento.
Nesta semana, o Observatório dos Povos Indígenas Isolados promove, no Vale do Javari, uma série de encontros para homenagear Dom e Bruno.
O livro Como Salvar a Amazônia: Uma Busca Mortal por Respostas já está disponível no Brasil. O jornalista Andrew Fishman, presidente do Intercept Brasil, escreveu o oitavo capítulo da obra.
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