Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou hoje (6) um último recurso da deputada licenciada Carla Zambelli, do PL de São Paulo, e manteve condenação dela a dez anos de prisão por invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça, o CNJ. Zambelli, que segue foragida e estaria na Itália, pode ser extraditada para o Brasil.
Os cinco ministros da Primeira Turma do STF rejeitaram, no plenário virtual, o novo pedido de Zambelli para anular a sentença a dez anos de prisão. Ela foi condenada por orientar o hacker Walter Delgatti a invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça e inserir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Luiz Fux, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino seguiram o voto de Moraes, relator do processo, que considerou o recurso meramente protelatório e certificou o trânsito em julgado da decisão.
À tarde, o deputado federal Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, enviou pedido à Câmara para declarar de imediato a perda de mandato parlamentar. Autor do pedido de prisão preventiva de Zambelli, já determinado por Moraes, Lindbergh afirma que, com a condenação definitiva, a responsabilidade da Câmara é dar imediato cumprimento à Constituição.
Carla Zambelli deixou o país no fim de maio e está na Itália. Considerada foragida, ela consta da lista vermelha da Interpol e pode ser extraditada para o Brasil apesar de ter dupla cidadania. Com a Câmara dos Deputados confirmando a perda de mandato, ela fica sem prerrogativa parlamentar, se torna ficha suja e inelegível por oito anos, além do período da condenação.
Zambelli já foi multada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por espalhar notícias falsas sobre a segurança das urnas eletrônicas e é conhecida pela disseminação de "fake news". Em novembro de 2019, por exemplo, ela publicou no YouTube um vídeo em que dizia que a filha de Dilma Rousseff seria a verdadeira dona da rede de lojas Havan, do empresário bolsonarista Luciano Hang.
No julgamento virtual de hoje, os ministros do STF também mantiveram a pena do hacker Walter Delgatti a oito anos de prisão. Zambelli e Delgatti foram condenados ainda a pagar R$ 2 milhões em danos materiais e morais coletivos.
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